sexta-feira, 12 de março de 2010

Cirurgia de lipoaspiração?



Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei, nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo-as e muito mais piração?

Uma coisa é saúde outra é obsessão.

O mundo pirou, enlouqueceu. Hoje, Deus é auto imagem. Religião, é dieta. Fé, só na estética. Ritual é malhação.

Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo, sentimento é bobagem. Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção.

Roubar pode, envelhecer não.

Estria é caso de polícia. Celulite é falta de educação. Filho da puta bem sucedido é exemplo de sucesso. A máxima moderna é uma só: pagando bem, que mal tem?

A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada além da imagem, imagem, imagem. Imagem, estética, medidas, beleza. Nada mais importa. Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa. Não importa o outro, o coletivo.

Jovens não têm mais fé, nem idealismo, nem posição política. Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.

Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar, correr, viver muito, ter uma aparência legal mas...

Uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulimicas, de jovens lipoaspirados, turbinados, aos vinte anos não é natural. Não é, não pode ser.

Que as pessoas discutam o assunto.

Que alguém acorde.

Que o mundo mude. Que eu me acalme.

Que o amor sobreviva.

“Cuide bem do seu amor, seja ele quem for.”

(Herbert Vianna - Cantor e Compositor)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Sobre a Solidão


A maior solidão
é a do ser que não ama.
A maior solidão
é a dor do ser que se ausenta,
que se defende,
que se fecha,
que se recusa
a participar da vida humana.
A maior solidão
é a do homem encerrado em si mesmo,
no absoluto de si mesmo,
o que não dá a quem pede
o que ele pode dar de amor,
de amizade,
de socorro.
O maior solitário
é o que tem medo de amar,
o que tem medo de ferir e ferir-se,
o ser casto da mulher,
do amigo, do povo, do mundo.
Esse queima como uma lâmpada triste,
cujo reflexo entristece também tudo em torno.
Ele é a angústia do mundo que o reflete.
Ele é o que se recusa
às verdadeiras fontes de emoção,
as que são o patrimônio de todos,
e, encerrado em seu duro privilégio,
semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.

Não desanime...

Perder uma batalha não significa perder uma guerra,
pois a vida é constituída de muitas incansáveis batalhas.
Jamais desanime diante do caminho traçado ou do perigo enfrentado.
Aquele que segue a estrada da vida com perseverança e sem desânimo
já pode se considerar um vitorioso!