quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Labirinto



Labirinto

Por Tathy Zimmermann

  
          Muito já foi escrito sobre o livro Labirinto, da autora inglesa Kate Mosse. A obra foi um fenômeno literário, aclamado pela crítica e pelo público, recebendo prêmios e, atualmente, está sendo transportado para a televisão em uma série realizada pela parceria entre a Scott Free (produtora de Ridley Scott) e a produtora alemã Tandem Communications, com roteiro de Adrian Hodges, de Roma e Primeval. Ainda não se tem notícia se a série será transmitida em algum canal no Brasil. 

          Kate Mosse é autora de outros dois romances e de livros de não-ficção, é co-fundadora e diretora honorária do prêmio Orange de Literatura de Ficção, é curadora de Artes e Negócios, Arte e Crianças e do Conselho de Artes do Sudeste da Inglaterra. Seu primeiro romance, Labirinto, venceu o prêmio British Book Award de melhor leitura de 2005. 

Kate Mosse

          O livro é empolgante e intrigante, daqueles que não conseguimos parar de ler. A história se desenrola no sul da França, em duas épocas distintas, no século XIII e no XXI simultaneamente, unindo o destino de duas mulheres em torno do mesmo segredo. A autora realizou uma séria pesquisa histórica sobre a heresia dos cátaros e a cruzada realizada para eliminar essa seita.


       Os cátaros, também chamados de albigenses, eram cristãos que viviam principalmente no sul da França e norte da Itália (região do Midi ou da Langue D’Oc). Os fiéis dessa seita chamavam a si mesmos de “os verdadeiros cristãos” ou “bons homens”, não construíam templos, viviam de maneira simples e casta, sem bens materiais e seus líderes eram homens e mulheres tidos como “puros”. 


Existem muitas lendas a respeito dessa crença, atualmente o movimento gnóstico e o esoterismo resgataram tanto a história quanto as lendas referentes aos cátaros. Muitos acreditam que eles eram os herdeiros do tesouro visigodo, trazido por esse povo na sua retirada de Roma, outros que eles guardavam o verdadeiro segredo do Graal. Nessa trama, o Graal é um enigma, um quebra cabeças, que só pode ser desvendado por quem possuir os três livros e conhecer os caminhos do labirinto. Esses livros são protegidos por membros de uma seita secreta que começou no Egito.



          No século XIII, a Igreja Católica, buscando acabar com todas as seitas cristãs que discordassem do dogma católico, estimulou cruzadas contra esses cristãos denominados de hereges. Muitos nobres, procurando aumentar seu prestígio e riqueza aproveitaram a oportunidade para tomar territórios para si. A perseguição aos cátaros levou diretamente à fundação da Inquisição em 1233.

          Assim, em 1209, o sul da França é invadido e a cidade de Carcasonne se vê obrigada a defender-se contra os nobres do norte. Pelletier, intendente do castelo de Carcasonne, não pode mais proteger o segredo do Labirinto – essa missão que lhe foi confiada na Terra Santa – Seus companheiros, protetores do Labirinto, se perderam. E o enigma mantido em segredo desde milhares de anos está prestes a cair nas mãos erradas. Alaïs, filha de Pelletier, se compromete a manter o juramento do pai e manter em segurança o livro que ele lhe confia.  Mesmo sem entender o que o livro contém, a jovem colocará em risco a própria vida para se manter fiel.

Chateau Comtal, Carcasonne


          Oito séculos depois, em 2005, Alice participa de uma escavação arqueológica no sul da França, ela está no seu último dia na escavação e quer fazer de tudo para achar algo memorável. O que ela não sabe é que vai encontrar algo muito perigoso. Ao encontrar a entrada de uma caverna, Alice percebe, inconscientemente, que já conhece aquele lugar recém descoberto. Sem querer, Alice inicia uma assustadora série de acontecimentos que fogem a seu controle e sua vida corre perigo. 


Assassinatos, seqüestros, policiais perdidos na trama de crimes impossíveis, ricos e poderosos que não medirão esforços para se apoderarem do segredo, encontros, desencontros, sacrifícios, amores perdidos, traições e segredos, em um ritmo empolgante. Minha intenção não é ter aqui um resumo do livro e sim fazer um convite: atreva-se a entrar nesse labirinto e desvendar esse mistério. Vale cada linha lida!



"As lendas sobre o Graal são geralmente descritas como aventuras em que os homens tem espadas e as mulheres são resgatas de algum perigo. 
No meu livro as mulheres é que tem as espadas, elas são as heroínas" (Kate Mosse)
 



terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Marco Antônio e Cleópatra (William Shakespeare)

Cleópatra - Se for amor, mesmo, diz-me quanto.

Marco Antônio - Será mendigo, qualquer amor capaz de ser medido.

Cleópatra - Eu demarco até onde sou amada.

Marco Antônio - Nesse caso, terás de descobrir novo céu, nova terra.

(Ato I, Cena I)

Celeste... (Alphonsus de Guimaraens)

Celeste
(Alphonsus de Guimaraens)


Celeste... É assim, divina, que te chamas.
Belo nome tu tens, Dona Celeste...
Que outro terias entre humanas damas,
Tu que embora na terra do céu vieste?

Celeste... E como tu és do céu não amas:
Forma imortal que o espírito reveste
De luz, não temes sol, não temes chamas,
Porque és sol, porque és luar, sendo celeste.

Incoercível como a melancolia,
Andas em tudo: o sol no poente vasto
Pede-te a mágoa do findar do dia.

E a lua, em meio à noite constelada,
Pede-te o luar indefinido e casto
Da tua palidez de hóstia sagrada.