Labirinto
Por Tathy Zimmermann
Muito já foi escrito sobre o livro Labirinto, da
autora inglesa Kate Mosse. A obra foi um fenômeno literário, aclamado pela
crítica e pelo público, recebendo prêmios e, atualmente, está sendo
transportado para a televisão em uma série realizada pela parceria entre a Scott
Free (produtora de Ridley Scott) e a produtora alemã Tandem Communications,
com roteiro de Adrian Hodges, de Roma e Primeval.
Ainda não se tem notícia se a série será transmitida em algum canal no Brasil.
Kate Mosse é autora de outros
dois romances e de livros de não-ficção, é co-fundadora e diretora honorária do
prêmio Orange de Literatura de Ficção, é curadora de Artes e Negócios, Arte e
Crianças e do Conselho de Artes do Sudeste da Inglaterra. Seu primeiro romance,
Labirinto, venceu o prêmio British Book Award de melhor leitura de 2005.
Kate Mosse
O livro é empolgante e
intrigante, daqueles que não conseguimos parar de ler. A história se desenrola
no sul da França, em duas épocas distintas, no século XIII e no XXI simultaneamente,
unindo o destino de duas mulheres em torno do mesmo segredo. A autora realizou
uma séria pesquisa histórica sobre a heresia dos cátaros e a cruzada realizada
para eliminar essa seita.
Os cátaros, também chamados de
albigenses, eram cristãos que viviam principalmente no sul da França e norte da
Itália (região do Midi ou da Langue D’Oc).
Os fiéis dessa seita chamavam a si mesmos de “os verdadeiros cristãos” ou “bons
homens”, não construíam templos, viviam de maneira simples e casta, sem bens
materiais e seus líderes eram homens e mulheres tidos como “puros”.
Existem muitas lendas a respeito
dessa crença, atualmente o movimento gnóstico e o esoterismo resgataram tanto a
história quanto as lendas referentes aos cátaros. Muitos acreditam que eles
eram os herdeiros do tesouro visigodo, trazido por esse povo na sua retirada de
Roma, outros que eles guardavam o verdadeiro segredo do Graal. Nessa trama, o
Graal é um enigma, um quebra cabeças, que só pode ser desvendado por quem
possuir os três livros e conhecer os caminhos do labirinto. Esses livros são
protegidos por membros de uma seita secreta que começou no Egito.
No século XIII, a Igreja
Católica, buscando acabar com todas as seitas cristãs que discordassem do dogma
católico, estimulou cruzadas contra esses cristãos denominados de hereges.
Muitos nobres, procurando aumentar seu prestígio e riqueza aproveitaram a
oportunidade para tomar territórios para si. A perseguição aos cátaros levou
diretamente à fundação da Inquisição em 1233.
Assim, em 1209, o sul da França é
invadido e a cidade de Carcasonne se vê obrigada a defender-se contra os nobres
do norte. Pelletier, intendente do castelo de Carcasonne, não pode mais
proteger o segredo do Labirinto – essa missão que lhe foi confiada na Terra
Santa – Seus companheiros, protetores do Labirinto, se perderam. E o enigma
mantido em segredo desde milhares de anos está prestes a cair nas mãos erradas.
Alaïs, filha de Pelletier, se compromete a manter o juramento do pai e manter
em segurança o livro que ele lhe confia. Mesmo sem entender o que o livro contém, a
jovem colocará em risco a própria vida para se manter fiel.
Chateau Comtal, Carcasonne
Oito séculos depois, em 2005,
Alice participa de uma escavação arqueológica no sul da França, ela está no seu
último dia na escavação e quer fazer de tudo para achar algo memorável. O que
ela não sabe é que vai encontrar algo muito perigoso. Ao encontrar a entrada de
uma caverna, Alice percebe, inconscientemente, que já conhece aquele lugar
recém descoberto. Sem querer, Alice inicia uma assustadora série de acontecimentos
que fogem a seu controle e sua vida corre perigo.
Assassinatos, seqüestros,
policiais perdidos na trama de crimes impossíveis, ricos e poderosos que não
medirão esforços para se apoderarem do segredo, encontros, desencontros, sacrifícios,
amores perdidos, traições e segredos, em um ritmo empolgante. Minha intenção não é ter
aqui um resumo do livro e sim fazer um convite: atreva-se a entrar nesse
labirinto e desvendar esse mistério. Vale cada linha lida!
"As lendas sobre o Graal são geralmente descritas
como aventuras em que os homens tem espadas e as mulheres são resgatas de algum
perigo.
No meu livro as mulheres é que tem as espadas, elas são as
heroínas" (Kate Mosse)