quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

L’étranger de Charles Baudelaire

Eu acredito que poesia deve ser lida no original, mas não é por diletantismo meu... muitas vezes recorro ao dicionário e mesmo à tradução. Acredito que no original não se perde as nuances típicas do idioma.

Assim sendo, hoje de manhã eu li esse pequeno poema em prosa do Baudelaire e achei interessante, intrigante e até um pouco engraçado. Por isso o publico aqui.

Para aqueles que não sabem francês, ou são como eu, iniciantes nessa língua, segue abaixo a tradução (não está uma maravilha, mas fiz meu melhor - caso alguém consiga uma tradução melhor, aceito de bom grado).


L’étranger
Qui aimes-tu le mieux, homme énigmatique, dis ? Ton père, ta mère, ta soeur ou ton frère ?
- Je n'ai ni père, ni mère, ni soeur, ni frère.
- Tes amis ? - Vous vous servez là d’une parole dont le sens m'est restée jusqu'à ce jour inconnu.
- Ta patrie ?
- J'ignore sous quelle latitude elle est située.
- La beauté ?
- Je l’aimerais volontiers, déesse et immortelle.
- L’or ?
- Je le hais comme vous haïssez Dieu.
- Eh ! qu'aimes-tu donc, extraordinaire étranger ?
- J'aime les nuages... les nuages qui passent... là-bas... là-bas... les merveilleux nuages !


O Estrangeiro
A quem você mais ama, homem enigmático, hein? Seu pai, sua mãe, sua irmã ou seu irmão?
- Não tenho nem pai, nem mãe, nem irmã, nem irmão.
- Seus amigos?
- Você usa uma palavra cujo significado ficou desconhecida para mim até agora.
- Sua pátria?
- Eu não sei em que latitude ela se situa.
- A Beleza?
- Eu a amaria de muito bom grado, deusa e imortal.
- O Ouro?
- Eu o odeio como você odeia a Deus.
- Eh! O que você ama então, extraordinário estrangeiro?
- Eu amo as nuvens ... as nuvens que passam ... lá longe ... lá longe ... as maravilhosas nuvens!
(Fonte: BAUDELAIRE, Charles. Petits poèmes en prose. Paris: Pocket, 2008)

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