terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sossega, coração! Não desesperes!

Sossega, coração! Não desesperes!
Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.
Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperença a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!
Sossega, coração, contudo!
Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solente pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.
(Fernando Pessoa)

2 comentários:

  1. Linda amiga, quando o amor nos invade assim, quem nem um tsunami , nada nos resta( nem pensar, lutar contra a força poderosa das marés!)senão abandonarmo-nos a sua incontida correnteza; sem lutas,sem força contrária, sem medo! Não há muito o que fazer...aproveite! Bj de sal e mar.

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  2. Grande mestre, Fernando Pessoa...adoro suas poesias!!!! Parabéns pelo blog!!!

    bjos

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